domingo, 24 de março de 2013

Ascaridíase


A ascaridíase é o resultado da infestação do helminto Ascaris lumbricoides no organismo, sendo mais frequentemente encontrado no intestino. Aproximadamente 25% da população mundial possui estes parasitas, sendo tais ocorrências típicas de regiões nas quais o saneamento básico é precário. 
Este patógeno, conhecido popularmente como lombriga, tem corpo cilíndrico e alongado, e pode chegar até 40 centímetros de comprimento. Fêmeas são maiores e mais robustas que os machos; e estes apresentam a cauda enrolada. Surpreendentemente, um único hospedeiro pode apresentar até 600 destes indivíduos.
A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo, água, alimentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas.
No intestino delgado, liberam larvas que atravessam as paredes deste órgão e se direcionam aos vasos sanguíneos e linfáticos; se espalhando pelo organismo. Atingindo a faringe, estas podem ser liberadas juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda, serem deglutidas, alcançando novamente o intestino. Lá, reproduzem-se sexuadamente, permitindo a liberação de alguns dos seus aproximados 200 mil ovos diários, pelas fezes, propiciando a contaminação de outras pessoas.
Devido ao espalhamento das larvas, febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite, pneumonia, convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se apresentar; dependendo do órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se apresenta assintomática.
Para diagnóstico, é necessário que se faça exames de fezes, onde podem ser encontrados os ovos deste animal. Existe tratamento, que é feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene básica.
Quanto à prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-los, lavar sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados, dente outras, fazem parte desta lista.



Ovo fértil, coberto por uma membrana mamilonada.

Ovo infértil



domingo, 17 de março de 2013

Notícia relacionada a Tricomoníase

Decifrado genoma do parasita da tricomoníase vaginal

11 de janeiro de 2007 • 13h11 • atualizado às 19h25
Uma equipe internacional de cientistas decifrou o genoma do parasita da tricomoníase vaginal, uma descoberta que permitirá melhorar o diagnóstico e o tratamento da doença. O estudo foi publicado nesta quinta-feira pela revista Science.
Uma equipe liderada pela doutora Jane Carlton, professora do Departamento de Parasitologia Médica da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, demorou quatro anos para decifrar o genoma do parasita unicelular. "Trata-se de um microorganismo terrível", afirmou Carlton.
O genoma tem aproximadamente 26 mil genes confirmados, e pode ter outros 34 mil, o que torna o parasita um dos microorganismos com maior quantidade de genes. "O genoma é muito maior do que esperávamos, umas dez vezes maior", disse Carlton.
O parasita se prende às paredes vaginais e se projeta em redes por todo o tecido. Também segrega proteínas que destroem as paredes do epitélio (tipo de tecido superficial com funções secretoras, sensoriais e de absorção). As mulheres infectadas com o parasita sofrem coceira vaginal e dores durante a urinação e as relações sexuais. 
HIV
A tricomoníase vaginal, uma doença sexualmente transmissível (DST), também aumenta a suscetibilidade à infecção do HIV, vírus de imunodeficiência humana, que causa a aids. Nos homens, os sintomas da tricomoníase são mais suaves e manifestam-se como ardência ou em infecções como a uretrite e a prostatite.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é um problema de saúde em todo o planeta e afeta cerca de 170 milhões de pessoas. Esses números fazem com que seja "assombroso que a doença não receba a atenção que merece", afirmou Carlton. Segundo os cientistas, o genoma tem genes e proteínas que não se encontram nos seres humanos, o que constitui uma informação valiosa para o desenvolvimento de novos remédios. Por outro lado, uma de suas enzimas, a peptidase, é similar à do HIV, e já existem remédios anti-retrovirais que poderiam ser utilizados para combatê-las, afirmou Carlton.
O projeto para decifrar o genoma do trichomonas vaginalis começou em 2002 e teve a participação de cientistas de dez países, incluindo do Departamento de Parasitologia Médica da Escola de Medicina da Universidade de Nova York e do Instituto de Pesquisas Genômicas de Maryland. A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Institutos Nacionais da Saúde, um organismo do governo americano

Fonte: Terra http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1342410-EI296,00.html


Trichomonas vaginalis

 

O Trichomonas vaginalis é um parasita eucariota flagelado anaérobio facultativo com cerca de quinze micrômetros. Tem quatro flagelos desiguais e uma membrana ondulante que lhe dão mobilidade, e uma protuberância em estilete denominada axóstilo, uma estrutura rígida, formada por microtúbulos, que se projeta através do seu centro até sua extremidade posterior. Não possui mitocôndrias, mas apresenta grânulos densos (hidrogenossomos) que podem ser vistos à microscopia óptica. Essas estruturas são portadoras da enzima piruvato:ferredoxina oxirredutase, a qual transforma piruvato em acetato por oxidação fermentativa, liberando energia na forma de ATP.
O T. vaginalis é o agente causador da Tricomoníase. Existe em apenas uma única forma (trofozoíto), que é simultaneamente infecciosa e ativa. Contudo formas arredondadas com flagelos internalizados muito semelhantes a cistos, porém sem apresentar parede cística são comumente encontradas. Estas formas são conhecidas como pseudocistos. Ao contrário do que se imaginava os pseudocistos não são formas degenerativas, mas sim formas funcionais e metabolicamente ativas. Reproduz-se por pleuromitose fechada com fuso extranuclear.
Cresce em pH entre 5,0 e 7,5 a temperaturas variando de 20 a 40 °C. Utiliza a glicose, a maltose e a galactose como fontes de energia. Mantém o glicogênio como forma de armazenamento de energia. Em condições adversas, pode utilizar também os aminoácidos, especialmente a arginina, treonina e leucina, como fontes energéticas.
T.vaginalis foi descrita por Donné em 1836, isolando-a de uma mulher com vaginite. Em 1894, Marchand e Miura, em 1896 Dock, observaram o flagelado na uretrite de um homem.
A via de transmissão principal é o contato sexual (de pessoa para pessoa). Em condições especiais são possíveis outras formas de transmissão, contudo são estatisticamente desprezíveis. Podem tambem ser transmitido atraves de roupas intimas.
O período de incubação, isto é, o tempo entre a contaminação e o aparecimento do sintomas, varia geralmente entre 4 a 28 dias, todavia muitas pessoas são carreadoras assintomáticas do parasita por longos períodos. Algumas mulheres possuem o Trichomonas por meses antes de surgirem sintomas, tornando muito difícil definir a data em que ocorreu a contaminação.


Sintomas da tricomoníase 

a.) Tricomoníase no homem
No sexo masculino a infecção pelo Trichomonas vaginalis costuma ser assintomática e transitória, melhorando espontaneamente em muitos casos. O homem costuma ser um carreador assintomático do parasita. Quando há sintomas, o quadro mais comum é a uretrite (inflamação da uretra) levando à dor para urinar e corrimento uretral purulento. Uma complicação pouco comum mas possível é a infecção da próstata pelo Trichomonas, levando à prostatite.
 b) Tricomoníase na mulher
No sexo feminino a infecção pelo Trichomonas vaginalis também pode ser assintomática, mas pelo menos 2/3 das mulheres infectadas apresentam sintomas. O quadro mais comum é a vaginite, inflamação da vagina que cursa com corrimento amarelo-esverdeado de odor desagradável associado à disúria (dor para urinar), dispareunia (dor durante o ato sexual) e prurido (coceira) vaginal.
A tricomoníase não tratada é fator de risco para infertilidade e câncer do colo do útero. Nas grávidas a infecção está associada a parto prematuro.


Diagnóstico da tricomoníase


O quadro clínico das vaginites apenas sugerem a causa mais provável, não sendo possível estabelecer o diagnóstico sem exames complementares. Para se confirmar a presença do Trichomonas vaginalis o ginecologista realiza um exame ginecológico, que normalmente detecta uma vagina inflamada e com pequenas úlceras. Durante o exame colhe-se uma amostra de secreção vaginal para ser estudada no microscópio. Em até 70% dos casos é possível identificar o protozoário se movendo nas secreções.
Se o quadro clínico e o exame ginecológico forem muito sugestivos, mas o exame microscópico for negativo, é possível fazer uma cultura da secreção, que costuma dar o resultado entre 3 a 7 dias. O exame de PCR (DNA) também pode ser usado; é mais caro, porém apresenta resultados mais rapidamente e com mais segurança.
O exame de papanicolau pode também detectar o Trichomonas, mas sua sensibilidade é baixa, deixando passar cerca de 50% dos casos, além de ter uma alta taxa de falso positivo.


Tratamento da tricomoníase

O Metronidazol e o Tinidazol são as duas opções de tratamento para a tricomoníase. A taxa de cura com esses antibióticos é superior a 90% e nenhuma outra droga apresenta tamanha eficácia. O esquema indicado consiste em 2 gramas de Metronidazol ou Tinidazol por via oral (4 comprimidos de 500mg) em dose única.
Atenção, é estritamente proibido o consumo de álcool em quem está sendo tratado com uma das duas drogas. É preciso esperar no mínimo 3 dias devido ao risco grave reação.
É importante tratar evitar relações sexuais durante uma semana e o(a) parceiro(a) também deve ser tratado(a), mesmo que esteja assintomático(a) para evitar a reinfecção. Cerca de 70% dos parceiros de um paciente infectado também estão infectados pelo parasita. Como a taxa de sucesso é muito alta, se os sintomas desaparecerem não é preciso repetir exames para se confirmar a cura.
O metronidazol não trata as outras causas de vaginite, como gonorreia e candidíase. Portanto, se você tem um corrimento, evite a auto-medicação e procure seu ginecologista.

 Prevenção da tricomoníase

 

 Para se reduzir o risco de contaminação pelo Trichomonas:

- Use sempre camisinha durante as relações sexuais.
- Evite ter múltiplos parceiros(as).
- Evite relações com pessoas sabiamente contaminadas e ainda não tratadas.
- Se você tem corrimento, evite relações sexuais até ser vista pelo seu ginecologista.
 


sábado, 9 de março de 2013

Notícia relacionada a Giárdia

Cientistas usam 'disfarces' de parasita contra giardíase

Doença ocorre predominantemente em países em desenvolvimento.
Patógeno usa mais de 190 capas de proteínas para não ser reconhecido.
Nicholas Wade Do 'New York Times'

Se você volta de uma viagem ao exterior e apresenta vômitos fortes, flatulência barulhenta, arrotos sulfúricos e diarréia explosiva, a má notícia é que você não vai morrer. É só um ataque de giardíase, uma forma de purgatório criada por um parasita unicelular conhecido como giárdia.

Infecções por giárdia podem se arrastar durante meses, pois o parasita é resistente ao sistema imunológico do corpo. Em seu guarda-roupa genômico, ela tem 190 capas para escolher. Assim que o sistema imunológico gera anticorpos contra uma capa, a giárdia a troca por outra. Devido à persistência e à facilidade de contaminação do parasita, 280 milhões de casos de giardíase ocorrem no mundo a cada ano, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde. A maioria desses casos está concentrada em países em desenvolvimento, onde as pessoas estão mais habituadas à doença.

No entanto, o jogo ofensivo da giárdia pode ter uma fraqueza fatal. Biólogos liderados por Hugo D. Lujan, da Universidade Católica de Córdoba, na Argentina, obtiveram esclarecimentos surpreendentes em relação ao estratagema da mudança de capas.

Com esse conhecimento, eles conseguiram realizar um contra-ataque: forçaram o parasita a produzir e usar todas as suas capas de proteína ao mesmo tempo. Eles esperam que esse parasita alterado sirva como a vacina ideal, pois imuniza de uma só vez o corpo contra o repertório completo de capas de proteínas da giárdia. A idéia funcionou bem em testes com animais, afirmou Lujan.

Ele acredita que a mesma abordagem geral – forçar expressões de todas as capas de proteínas simultaneamente – pode ajudar a produzir uma vacina contra outros parasitas protozoários que dependem da mudança de capas para driblar o sistema imunológico. Isso inclui a malária e os tripanossomos que causam doença do sono e Leishmaniose.

Fonte G1
Notícia completa http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL930080-5603,00-CIENTISTAS+USAM+DISFARCES+DE+PARASITA+CONTRA+GIARDIASE.html


 Giárdia

A giárdia (Giardia lamblia) é um protozoário microscópico que parasita o intestino dos mamíferos, inclusive de seres humanos. Nos seres humanos, costuma parasitar o intestino delgado, principalmente em segmentos de duodeno e jejuno.
A G. lamblia, G. intestinalis ou G. duodenale são os sinônimos dados à mesma espécie de parasitas protozoários flagelados. As giárdias existem em duas formas. Os trofozoítos tem 20 micrômetros de comprimento e 10 µm de largura, forma de pêra e são móveis, possuindo quatro pares de flagelos (anterior, posterior, ventral e caudal) e dois núcleos, dois corpos parabasais, e ainda dois axonemas cada um; enquanto os cistos são arredondados, com dois ou quatro núcleos, quatro corpos parabasais, quatro axonemas e com parede celular grossa, imóveis, mas por essas condições, se tornam mais resistentes e com maior potencial patológico. A reprodução dos trofozoítos é assexuada - por divisão binária longitudinal- e têm a capacidade de variar as suas proteínas de superfície, evadindo o sistema imunitário.

O ciclo de vida é simples: ocorre a ingestão do cisto (forma infectante), onde no duodeno ele deixa de ser cisto e passa para sua forma ativa, o trofozoíto. Os trofozoítos têm proteínas de adesão às células da mucosa e geralmente não são arrastados com as fezes. Estes então, colonizam o intestino delgado, fazendo diversas divisões binárias, podendo assim causar uma inflamação na mucosa intestinal, resultando em diarréia. Alguns trofozoítos transformam-se em cistos, que são formas resistentes mas inativas, que são arrastadas e excretadas com as fezes. No exterior, os cistos resistem por algumas semanas até aproximadamente 2 meses. Se forem ingeridos por algum animal, são ativados durante a passagem pelo seu estômago e transformam-se em trofozoítos, completando seu ciclo de vida biológico.

Os principais riscos de infecção pela Giárdia é pelo consumo de alimentos contaminados por água não tratada, além de auto-infecção ou manipulação de alimentos de forma inadequada. A infecção pode ocorrer também através de relações sexuais.

Causa diarréia e dificuldades na absorção intestinal. Por aderir e diminuir as microvilosidades do intestino, dificultando a absorção de nutrientes; e por possuir proteases que agem em glicoproteína, levando lesões à mucosa, desencadeando também uma resposta inflamatória.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Notícia relacionada a Entamoeba histolytica

"O Estado do Pará colabora com Israel para criar antídoto contra parasita"
ALEXANDRA CAVALCANTI


Da Redação

Em um período de cerca de dois anos, o mundo pode ter acesso à primeira vacina contra amebíase humana. A boa notícia é que o Estado do Pará é parte integrante dessa pesquisa, coordenada pelo Weizmann Institute, de Israel. Para se ter uma ideia da importância da vacina, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 50 milhões de novas infecções da doença são registradas por ano, em todo o mundo. Entre os paraenses, dados do Núcleo de Medicina Tropical (NUMT) da Universidade Federal do Pará (UFPA) indicam que cerca de 29% da população hospeda o parasita.

"É problema muito comum, mas ainda muito negligenciado. É o segundo parasita que mais mata no mundo, fica atrás apenas da malária. São cerca de 100 mil mortes por ano", afirma Evander Batista, pesquisador e professor de Parasitologia do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele ressalta que a amebíase ocorre especialmente nas regiões onde as condições de saneamento básico são precárias. Uma das formas de contaminação se dá pela ingestão de seus cistos. Estes, liberados nas fezes da pessoa adoecida, podem se espalhar na água e vegetais que, sem a devida higienização antes de serem ingeridos, podem causar a doença.

Para diagnóstico são necessários exames de fezes e, em casos mais graves, de imagem e de sangue. Para tratamento é feito o uso de medicamentos, prescritos pelo médico. "Para se tratar essa doença é necessário o uso de drogas fortes, que, apesar de produzidas em países como os Estados Unidos, têm o uso proibido nessas nações", ressalta o professor. 





Fonte: Jornal O Liberal, Belém 05 de Agosto de 2012.